A edição 95 da revista Viva Saúde publicou a matéria “No mundo da Lua”, abordando os sintomas e o tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O TDAH é uma doença caracterizada pelo padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade/impulsividade. É considerada a mais frequente desordem comportamental da infância e atinge cerca de 5% das crianças no Brasil. A criança com déficit de atenção distrai-se facilmente por estímulos do ambiente externo e também do próprio pensamento. Ela também tende à impulsividade: não espera a sua vez, não lê a pergunta até o final e já responde, age sem pensar; apresenta dificuldades em se organizar e planejar aquilo que precisa fazer.
A reportagem traz como tratamento o uso de remédios para melhora dos sintomas da doença. No entanto, a alimentação também exerce papel fundamental na evolução do quadro do paciente.
Novas pesquisas demonstram a correlação entre casos de distúrbio de aprendizado, autismo, atraso de desenvolvimento e transtorno por déficit de atenção e hiperatividade em pacientes sensíveis ao glúten. A sensibilidade ao glúten é um estado de resposta imunológica exagerada à proteína de cereais como o trigo, o centeio, a cevada e a aveia em indivíduos geneticamente predispostos. O mais conhecido caso de intolerância ao glúten é a doença celíaca, uma doença inflamatória autoimune do intestino delgado, com sintomas gastrintestinais como diarreia, distensão e/ou dor abdominal. No entanto, no caso da sensibilidade ao glúten, praticamente qualquer órgão pode ser afetado sem obrigatoriamente haver o comprometimento intestinal.
Alguns pesquisadores acreditam que a exposição prolongada ao glúten nas pessoas sensíveis, ou seja, o consumo exacerbado de pães e massas seria o gatilho para o desenvolvimento dessas doenças neurológicas. Ao ingerir alimentos que contêm glúten, as enzimas digestivas entram em ação para promover sua quebra, permitindo sua absorção adequada. No entanto, por ser uma molécula grande, alguns pedaços dessa proteína não são totalmente quebrados pelas enzimas. Assim, estas macromoléculas parcialmente digeridas podem ultrapassar a barreira intestinal, principalmente nos casos onde há uma permeabilidade intestinal alterada.
Ao atingir a corrente sanguínea, estas macromoléculas são identificadas pelo sistema de células de defesa como “invasoras”, havendo formação de um complexo antígeno-anticorpo. Este complexo viaja pela corrente sanguínea e pode se depositar, por exemplo, no sistema nervoso e causar sintomas psiquiátricos, cognitivos e de comportamento. Nesses casos, a retirada do glúten da dieta alivia os sintomas em um número significativo de pessoas.
Dessa forma, além do tratamento com medicamentos, é preciso avaliar se a criança com TDAH possui uma hipersensibilidade ao glúten, bem como outras deficiências nutricionais importantes. Além disso, em um intestino saudável, a mucosa intestinal está íntegra, não permitindo a passagem dessas macromoléculas. Portanto, é de extrema importância uma alimentação com o objetivo de promover o reparo da mucosa do intestino de um paciente sensível ao glúten e a manutenção de um intestino íntegro. A complementação do tratamento com a Nutrição é, com certeza, garantia de sucesso na melhora dos sintomas e da qualidade de vida do paciente.
*Texto elaborado pelo Dr. Guilherme Barros Fernandes, aluno bolsista do curso de Pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional pela VP Consultoria Nutricional/ Divisão Ensino e Pesquisa.
Doença celíaca
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A doença celíaca (também conhecida como enteropatia glúten-induzida) é uma patologia autoimune que afeta o intestino delgado de adultos e crianças geneticamente predispostos, precipitada pela ingestão de alimentos que contêm glúten. A doença causa atrofia das vilosidades da mucosa do intestino delgado, causando prejuízo na absorção dos nutrientes, vitaminas, sais minerais e água.
Os sintomas podem incluir diarréia, dificuldades no crescimento e desenvolvimento (em crianças) e fadiga, embora possam estar ausentes. Além disso, diversos sintomas associados em todos os sistemas do corpo humano já foram descritos.
É uma doença muito comum, afetando aproximadamente 1% das populações Indo-européias, embora seja significativamente não-diagnosticada, já que na maioria dos portadores ela causa sintomas mínimos ou ausentes. Ocorre mais comumente em mulheres, na proporção de 2:1, e é mais comum em parentes de primeiro grau de portadores.
O único tratamento efetivo da doença é uma dieta estritamente sem glúten, por toda a vida.
Já foi também chamada de espru celíaco, espru não-tropical ou enteropatia glúten , nomes que ainda aparecem em algumas referências sobre o assunto.
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